Uma leitura de tirar o sono
Por D.D. Talon
Avery Grambs, ilustre protagonista do livro Jogos de Herança, é um dos grandes acertos da obra. Avery é uma garota simples, de vida limitada, que dorme no conforto de um carro velho para evitar lidar com o agressivo namorado da irmã, Libby Grambs. Seus amigos se resumem a Max, uma colega filha de pais superprotetores e controladores, e a um senhor com quem disputa partidas de xadrez em uma praça. Sua vida escolar é normal, devido aos seus esforços e inteligência.

Sabendo de tudo isso, o livro realmente inicia sua trama quando Grayson, um dos irmãos Hawthorne, alerta sobre sua presença necessária no testamento de Tobias Hawthorne. E aqui começa a questão que dura o livro todo e carrega sua história com exemplar consistência: “Por que Avery Grambs herdou a casa e a fortuna de Tobias?”
A partir desse ponto, começamos o superficial desenvolvimento dos netos — Nash, Grayson, Jameson e Xander — irmãos de pais diferentes, mas fortemente conectados pelo sangue Hawthorne. Grayson odeia Avery por supor que ela é uma golpista de velhos; Xander não demonstra muito interesse; Nash não liga para o dinheiro; e Jameson, bêbado e quase se jogando de uma sacada, rejeitando o nome de Avery, arca com o risco de se aprofundar emocionalmente com ela, focado em resolver o último enigma deixado pelo avô.
Os irmãos são a pista. Conforme passeamos com Avery pela mansão, só conseguimos pensar “meu Deus” a cada cômodo descrito — e depois nos perguntamos: quem cuida de tudo isso? Essa pergunta é respondida no início por Nash, que tem o costume de sair e empregar algum desempregado que ele goste, até porque o que não falta ali é trabalho! Grayson se responsabiliza pelas finanças, frequentemente em conflito com Jameson por uma intriga secreta, enquanto Xander é o mais inteligente e menos explorado nesse primeiro livro.
Gosto de relatar que, para um livro grande, sua leitura é rápida e intrigante. Avery é uma excelente protagonista — errando como humana, caindo como humana e se levantando como rainha. Ela faz sua história. Ela é uma bailarina de vidro ou uma faca? Eu digo que ela é a resposta. Gostaria de poder esquecer para ler novamente e ter a mesma sensação que me prendeu noites sem dormir. Uma memória emocional que ficará somente em minhas lembranças — doces lembranças. Que este livro lhe traga a mesma alegria que me trouxe. Muito obrigado.