Por Thainá Fernandes
Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, retrata uma sociedade distópica em que os livros são proibidos e queimados pelos bombeiros, cuja intenção é destruir qualquer forma de conhecimento escrito. Guy Montag, o protagonista, é um bombeiro que inicialmente cumpre seu papel sem questionamentos, mas, após conhecer Clarisse, uma jovem que valoriza a reflexão e a liberdade, começa a perceber o vazio de sua vida. Essa mudança o leva a enfrentar dilemas profundos sobre censura, liberdade e o poder da leitura, e questionar o motivo pelo qual ele foi ensinado a iniciar os incêndios em vez de cessá-los.

O que mais me impressionou durante a leituta é a forma que o autor, mesmo em 1993, conseguiu prever questões tão presentes, como o excesso de tela, a falta do diálogo real e o perigo da censura. Bradbury mostra uma sociedade que troca a reflexão pelo entretenimento superficial tecnológico e que, por isso, perde a capacidade de pensar criticamente. Esse cenário me lembra muito o presente, em que a tecnologia, apesar de útil, pode levar à manipulação.
Outro ponto que me marcou é a forma como o autor descreve os livros como símbolos de resistência. Cada personagem que luta para preservar a literatura representa a esperança de que o conhecimento não pode ser totalmente destruído e pode ser repassado para futuras gerações. Essa mensagem inspira nós, os leitores, a valorizar mais a leitura e a enxergá-la como uma forma de liberdade de expressão e sentimentos.
Por fim, Fahrenheit 451 é uma obra atemporal, que continua a provocar reflexões urgentes sobre a importância da leitura e do pensamento crítico. É um livro que não apenas conta uma boa história, mas também deixa uma marca em quem o lê.